BRASÍLIA, , 15 de julho de 2019 (IPS) – – Aos 80 anos, Yohei Sasakawa ainda está viajando o mundo para promover soluções para alguns flagelos da humanidade, como a doença de Hansen, guerras e incapacidades, fatores de estigmas e exclusões.
Dialogar com líderes mundiais e com afetados, geralmente pobres, é a sua maneira de mobilizar os esforços locais, com apoio técnico e financeiro oferecido por 23 organizações que operam em rede com a Fundação Nippon, cujo Conselho de Administração Sasakawa preside desde 2005, após 17 anos como presidente executivo.
A inovação social é a missão declarada da Fundação, criada em 1962 como uma organização privada sem fins lucrativos com sede em Tóquio. Desde 2001, Sasakawa é embaixador da Boa Vontade pela Eliminação da Hanseníase da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Também é, desde 2013, enviado especial do governo do Japão para a reconciliação nacional em Mianmar (Birmânia), refletindo a diversidade de seu ativismo, que vai da proteção dos oceanos à assistência a deficientes e crianças vulneráveis.
Por mais de 40 anos dedicou grande parte de suas atividades a combater a doença de Hansen e seus males associados, como preconceito, estigma e discriminação, que persistem apesar de se saber que a infecção é totalmente curável e deixa de ser contagiosa assim que o tratamento é iniciado.
Em seu trabalho contra a lepra, Sasakawa esteve no Brasil de 1º a 10 de julho, onde começou com reuniões com autoridades políticas e de saúde nos estados do Pará e do Maranhão, dois dos estados com maior incidência de lepra, um termo médico banido no país e substituído por hanseníase.
Depois, em Brasília, Sasakawa reuniu-se com o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros das áreas de Saúde e Direitos Humanos, no qual emergiu a celebração, em 2020, de um encontro nacional sobre a hanseníase no Brasil, o país com a segunda maior quantidade de novos casos no mundo, com 26.875 em 2017, perdendo apenas para a Índia, com 126.164 casos, segundo dados da OMS.
Sasakawa está particularmente preocupado com a discriminação e as desigualdades geradas por diferentes fatores no mundo, e não apenas por essa doença, reflete em sua entrevista para a IPS.