O diagnóstico precoce é a solução para a hanseníase

BRASÍLIA, 13 de julho de 2019 (IPS) – Em 27 de junho, Faustino Pinto estava em Genebra, Suíça, e falou na Organização das Nações Unidas sobre a luta contra a doença de Hansen e seu estigma, em uma reunião durante a 41ª sessão do Conselho de Direitos Humanos.

Onze dias depois, em Brasília, ele abordou a mesma questão com o presidente Jair Bolsonaro, quando acompanhou o encontro dele com Yohei Sasakawa, presidente da Fundação Nippon e embaixador da Boa Vontade pela Eliminação da Hanseníase da Organização Mundial de Saúde, que visitou o Brasil entre 1º e 10 de julho.

Pinto expressou sua opinião como coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) em todas as reuniões realizadas por Sasakawa com ministros, legisladores e outros funcionários das áreas de saúde e direitos humanos na capital brasileira.

 

 

O objetivo foi intensificar os esforços nacionais para eliminar essa doença infecciosa e a discriminação contra os doentes e os já curados. Abolir o termo lepra para designar a enfermidade causada pelo bacilo Mycobacterium leprae é uma bandeira permanente de Pinto, que considera isso uma necessidade perante a carga de preconceitos que essa palavra acumulou ao longo dos séculos, consolidados inclusive em partes da Bíblia.

Outra grande dificuldade, diz ele, é o desconhecimento sobre a doença pela população, o que impede o diagnóstico precoce e, consequentemente, que se evitem sequelas nos pacientes, como danos ao sistema nervoso periférico que podem levar a deficiências.

Pinto sentiu os primeiros sintomas de sua infecção aos nove anos e sofreu mais nove até o diagnóstico de hanseníase. Portanto, os cinco anos de tratamento não conseguiram evitar algumas sequelas, que são especialmente perceptíveis nos dedos sem flexibilidade de suas mãos.

Por isso, destaca a necessidade de diagnóstico precoce para uma cura verdadeira e a eliminação dessa doença. Aos 48 anos, tornou-se um ativista ouvido em todos os lugares, até mesmo internacionalmente, na luta contra essa enfermidade que segue afetando principalmente os pobres. No Brasil, são quase 30 mil novos casos por ano, um número superado apenas pela Índia.

 

Mario Osava

El premiado Chizuo Osava, más conocido como Mario Osava, es corresponsal de IPS desde 1978 y encargado de la corresponsalía en Brasil desde 1980. Cubrió hechos y procesos en todas partes de ese país y últimamente se dedica a rastrear los efectos de los grandes proyectos de infraestructura que reflejan opciones de desarrollo y de integración en América Latina. Es miembro de consejos o asambleas de socios de varias organizaciones no gubernamentales, como el Instituto Brasileño de Análisis Sociales y Económicos (Ibase), el Instituto Fazer Brasil y la Agencia de Noticias de los Derechos de la Infancia (ANDI). Aunque tomó algunos cursos de periodismo en 1964 y 1965, y de filosofía en 1967, él se considera un autodidacto formado a través de lecturas, militancia política y la experiencia de haber residido en varios países de diferentes continentes. Empezó a trabajar en IPS en 1978, en Lisboa, donde escribió también para la edición portuguesa de Cuadernos del Tercer Mundo. De vuelta en Brasil, estuvo algunos meses en el diario O Globo, de Río de Janeiro, en 1980, antes de asumir la corresponsalía de IPS. También se desempeñó como bancario, promotor de desarrollo comunitario en "favelas" (tugurios) de São Paulo, docente de cursos para el ingreso a la universidad en su país, asistente de producción de filmes en Portugal y asesor partidario en Angola. Síguelo en Twitter.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *