O dia seguinte

Por Joaquín Roy*, IPS (Inter Press Service) – MIAMI, 29 de outubro de 2020 (IPS) – Para a Europa, região mais próxima da cultura e da tradição política dos Estados Unidos, o clima no dia seguinte às eleições presidenciais pode ser muito diferente daquele assumido a priori dependendo do veredicto . Acredita-se que, segundo pesquisas e opiniões esporádicas expressas em artigos analíticos e declarações diretas de lideranças, o apoio à vitória democrata é majoritário. Este sentimento também é compartilhado por uma maioria das opiniões do mundo extra europeu, denominado “liberal-democrático”. Embora não se possa dizer que o sentimento seja universal, também se acredita que é escasso o apoio de regimes autoritários à reeleição do presidente Donald Trump, com as poucas exceções de alguns líderes que de algumas potências ousaram proferir julgamentos escandalosos. Portanto, não está claro que, com exceção da Rússia e do Brasil, o autoritarismo do resto do planeta seja um endosso do atual ocupante da Casa Branca. Portanto, se esse desejo, frequentemente aludido por justiça, de que os cidadãos do resto do mundo merecem participar da eleição do presidente dos Estados Unidos, pode-se dizer, especialmente no que diz respeito à Europa, que um triunfo Joe Biden e Kamala Harris seriam recebidos com fogos de artifício. Também não está claro se esses estranhos “eleitores” estão cientes de como seria o novo governo dos Estados Unidos e se responderia aos seus interesses. Nem é fácil saber antes do plebiscito que tipo de governo nos Estados Unidos atende aos desejos da Europa. A razão desta indecisão deve-se predominantemente à persistência do estereótipo de que esta realidade complexa se projeta na Europa do outro lado do Atlântico. Se este diagnóstico é generalizado ao longo do tempo, o é ainda mais hoje, levando-se em consideração as mudanças sísmicas que a própria sociedade norte-americana sofreu. Estes foram enterrados por muito tempo e de repente emergiram dramaticamente para a surpresa de muitos cidadãos, com exceção do grupo de eleitores que elevou Trump à presidência em 2016 e que teimosamente persiste em mantê-lo no pedestal. A América não é mais a nação imaginada (todas as nações são “imaginadas”, como propôs Benedict Anderson). A mística e a liberdade de expressão da Normandia que triunfaram quando o The New York Times e a imprensa liberal que derrubou Richard Nixon (1969-1974) domesticaram George W. Bush (2001-2009) não funcionam mais da mesma maneira . Mas, ao mesmo tempo, ele se sentia impotente para deter a loucura no Iraque, assim como anos antes ele estava sem palavras diante da tragédia no Vietnã. Ninguém mais acredita no “fim da história”, imagem efetiva do então respeitado “estudioso”, Francis Fukuyama, quando rotulou o fim da Guerra Fria como o soterramento das ideologias que competiam no mercado com a democracia liberal. Muitos estudiosos riram silenciosamente, ficando sem trabalho intelectual. Mas a história enterrada não só sobreviveu graças à sobrevivência do abuso, da pobreza e da desigualdade. Trump vendeu muito bem a existência dos males dos Estados Unidos, atribuídos aos imigrantes, o chamado “socialismo” e o maléfico liberalismo. Tínhamos que “tornar a América ótima novamente”. Agora, […]

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Uma crise de refugiados ao estilo Trump

Por Madeleine Penman, da IPS –  México, abril 2017 (IPS) O cenário de uma das fronteiras mais conhecidas no mundo, ao redor de 1000 quilômetros de uma cerca de metal poroso, que divide vidas, esperanças e sonhos entre os Estados Unidos e México é sem dúvida esmagador, mas não do jeito que esperávamos. Mesmo com o […]

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Zebras camufladas entre grades

Por Alexandre Gonçalves Jr e Carolina de Barros* O público tem acesso aos animais, mas nem sempre à realidade por trás de estarem eles ali, o que não o impede de criar ideias e estigmas. Mas, na verdade, como funciona a situação de cativeiro de animais? Animais selvagens. Quando alguém diz isso, a primeira coisa que […]

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Percepção e efeitos do Brexit na América

Por Joaquín Roy, da IPS –  Miami, Estados Unidos, 28/6/2016 –Desaparecido o otimismo de muitos que confiavam em uma rejeição do Brexit, a saída da União Europeia após o impacto da decisão do eleitorado britânico, somente nos resta meditar brevemente sobre as causas e o cenário de fundo da lamentável operação, e as consequências para as […] Continue Reading

Agonia anunciada do novo governo do Brasil

Por Mario Osava, da IPS –  Rio de Janeiro, Brasil, 20/6/2016 – “Aqui tudo parecia ainda estar em construção e já está em ruína”, diz uma canção de Caetano Veloso. O verso serve bem para ilustrar o que acontece com o novo governo do Brasil, presidido por Michel Temer, no cargo desde o dia 12 de […] Continue Reading

Guerra ao vírus zika em várias frentes

Por Mario Osava, da IPS –    Rio de Janeiro, Brasil, 2/2/2016 – Com uma operação de guerra e mobilização de 220 mil militares, o Brasil responde à comoção nacional pelo nascimento de milhares de crianças com o crânio reduzido, mas o mosquito Aedes aegypti impõe batalhas em muitas frentes, incluindo a científica e a farmacêutica.Ao […] Continue Reading