Mulheres em áreas em crise precisam de apoio em saúde sexual e reprodutiva

NAÇÕES UNIDAS, 11 de fevereiro de 2020 (IPS) É necessário focalizar a situação inesquecível de mulheres e meninas que vivem em áreas de conflito e, em particular, apoiá-las com serviços de saúde sexual e reprodutiva, exigidos em um plano de… Continue Reading

Mulheres em áreas em crise precisam de apoio em saúde sexual e reprodutiva

Por Samira Sadeque , IPS – É necessário focalizar a situação inesquecível de mulheres e meninas que vivem em áreas de conflito e, em particular, apoiá-las com serviços de saúde sexual e reprodutiva, exigidos em um plano de ação humanitário 2020, a agência da ONU para a população. Atualmente, existem mais de 168 milhões de pessoas que precisam de ajuda financeira no mundo, disse o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) na quinta-feira, dando uma imagem da situação. O fundo projeta que, durante este ano, 45 milhões de mulheres e meninas serão afetadas por seus direitos devido a algum tipo de conflito. Para mulheres e meninas, os direitos à saúde sexual e reprodutiva muitas vezes se tornaram um problema secundário em situações de crise, mas especialistas dizem que é hora de torná-los uma preocupação primária. Segundo o UNFPA, para isso, é necessário um financiamento de 683 milhões de dólares, conforme destacado no plano divulgado na quinta-feira 6. “Esses tipos de serviços há muito são esquecidos”, disse à IPS Arthur Erken, diretor da Divisão de Comunicações e Parcerias Estratégicas do UNFPA. “Não deve ser uma ideia que seja última, deve ser parte integrante de (toda a preocupação)”, acrescentou. “Estamos focando nas mulheres e no que elas estão passando, porque estão na linha de frente”, disse à IPS Ann Erb Leoncavallo, do UNFPA. “Eles estão tentando cuidar de seus filhos, estão grávidas, estão tendo bebês, estão sendo bombardeados, sofrem inundações, água sobe, muitas outras coisas”, disse ele. Leoncavallo acrescentou que muitas das mulheres em áreas de conflito podem liderar famílias monoparentais ou ter seu próprio trauma. “Eles ficam deprimidos, ficam traumatizados porque enfrentam um aumento na violência de gênero”, disse ele. Os US $ 683 milhões serão utilizados para esforços em prol dos direitos à saúde sexual e reprodutiva das mulheres em 57 países, dos quais cerca de 300 milhões serão destinados a projetos do UNFPA em países como Síria, Iêmen, Iraque, Sudão e Somália. . Para ajudar as mulheres a procurar ajuda, desaprender sua vergonha e estigma, o UNFPA está atualmente trabalhando com “espaços seguros para mulheres e meninas”, onde podem fazer uma pausa em seus ambientes hostis e atividades diárias. Nesses espaços seguros, estabelecidos, por exemplo, nos campos de refugiados, as mulheres podem conhecer outras pessoas, compartilhar experiências, relaxar e ter um ambiente seguro para discutir sua situação e pedir ajuda, explicou Erken. O objetivo de criar espaços nos quais os homens não podem entrar, explicou, é prestar muita atenção às mulheres, proporcionando-lhes um local onde elas possam se sentir calmas e obter serviços de consultoria sobre os assuntos que lhes dizem respeito. Algo também importante, explicou o funcionário do UNFPA, é que a mulher não sofre estigma quando vai a esses espaços, como foi percebido nos campos de refugiados na Jordânia que possuem essas instalações. Além disso, para manter a privacidade, os prestadores de serviços especiais das mulheres as visitam quando seus filhos estão na escola e seus maridos estão ocupados em outro lugar. Afrah Thabet al Ademi, médica do UNFPA no […]

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Alta Desigualdade Apresenta Risco para Gerações Futuras da América Latina

De acordo com o Índice de Desenvolvimento Inclusivo (IDI) 2018 do World Economic Forum, a recuperação econômica da América Latina pode esconder alguns desafios econômicos importantes para gerações futuras. O Índice é uma fonte de informações para líderes regionais, apresentando uma visão mais precisa do crescimento econômico e da saúde de cada economia, destacando as desigualdades, as dívidas e os ônus ambientais que serão deixadas como legado para as gerações futuras. A avaliação de 2018 foi realizada depois de duas décadas de atividade econômica robusta. Durante esse período, maior acesso à educação e transferências governamentais ajudou a reduzir a desigualdade de renda na América Latina. Essas mudanças ajudaram a diminuir as diferenças salariais entre mão de obra especializada e não especializada, no entanto, a América Latina ainda é uma das regiões de maior desigualdade do mundo. “As abordagens econômicas precisam enfatizar o bem-estar e a inclusão social das gerações futuras prioridades fundamentais para as economias latino-americanas, e muitos países ficam atrás de seus vizinhos de acordo com o Índice de Desenvolvimento Inclusivo. À medida que os países saem da recessão, eles deveriam aproveitar a janela de oportunidades para acelerar as reformas para esse fim “, disse Margareta Drzeniek-Hanouz, Chefe do Futuro do Progresso Econômico, Membro do Comitê Executivo do World Economic Forum. Os resultados do índice apresentam uma nova visão dos desafios econômicos regionais. Embora o ano de 2017 terminou com tom positivo, o fim da recessão no Brasil e na Argentina, a expansão moderada de atividade econômica e eficiência durante os últimos cinco anos e o crescimento de 1,7% previsto para 2018 não serão suficientes para aliviar seus desafios de sustentabilidade ou aumentar o padrão de vida mediano da região. O World Economic Forum acredita que o crescimento econômico duradouro depende da construção de sociedades inclusivas. Com eleições previstas no Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México ainda esse ano, os governos devem priorizar estratégias proativas para reduzir ainda mais as desigualdades e garantir o bem-estar de gerações futuras. Principais resultados De acordo com o índice, as economias mais inclusivas da América Latina são as do Panamá, Uruguai, Chile, Costa Rica e Peru. O Panamá avançou muito na redução da intensidade de carbono de seu PIB, que caiu 39,7% em cinco anos. O país também apresenta o segundo maior nível de produtividade na região, atrás do Chile. A poupança líquida ajustada, uma forma de medir a taxa real de poupança dentro da economia depois de contabilizar os investimentos em capital humano, a redução de recursos humanos e os prejuízos causados pela poluição, caiu na metade das economias regionais incluídas no índice, com a Bolívia, o Brasil e o El Salvador registrando o pior desempenho. Além disso, a dívida pública como porcentagem do PIB, uma ilustração aproximada do nível de endividamento da geração atual comparado com as capacidades de gerações futuras, aumentou em todos os países durante os últimos cinco anos, especialmente no Brasil (+16%) e México (+14,9%). A desigualdade de renda caiu em 14 dos 16 países da América […]

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Uma Chance para a Esperança, por José Graziano

Por José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO* Em 2016, depois de mais de uma década de sucessivos recuos que reduziram a população subalimentada do planeta, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) constatou uma inflexão ascendente. No seu último relatório “O Estado da Segurança Alimentar e a Nutrição no Mundo”, a FAO contabilizou um acréscimo de quase 40 milhões de vidas capturadas pela engrenagem da fome, elevando-se o total global de 777 milhões (em 2015) para 815 milhões de pessoas (em 2016). O rebote da fome no mundo não pode ficar sem resposta e a hora de construí-la não admite protelações. Esse jogo não terminou. Ele está sendo jogado nesse momento em vários pontos do planeta, com resultados que se alteram a cada minuto. O saldo traduz o ocaso de milhões de vidas humanas. A omissão diante de um retrocesso ainda reversível, a um custo ainda irrisório, seria descabida em qualquer circunstância. Mais ainda agora, quando finalmente avolumam sinais de uma retomada econômica global. A experiência ensina que um ciclo de alta da economia facilita, mas não corrige sozinho as perdas e danos da etapa negativa que o precedeu. A qualificação do crescimento em desenvolvimento para toda a sociedade persiste como um apanágio das políticas públicas e da ação coordenada de instituições voltadas à cooperação internacional. No entanto, o que se passa hoje é mais complicado do que simplesmente resgatar o que se perdeu. A retomada em curso talvez não produza um novo e abrangente ciclo de expansão do emprego associado a vagas de qualidade, com ganhos reais de poder de compra por um longo período. Ao declínio do emprego na década crítica iniciada em 2008, soma-se agora um inédito degrau de automação trazido pela quarta revolução industrial. O conjunto maximizará a produtividade, mas também o desafio histórico de redistribuir a riqueza por ela gerada. É nessa fronteira de múltiplas encruzilhadas que a FAO constrói um repto à inquietante recidiva da fome na atualidade. Um bilhão de dólares em contribuições internacionais pode salvar 30 milhões de vidas em 26 países e reverter o núcleo duro da insegurança alimentar em nosso tempo. O apelo encerra múltiplas dimensões. Se a cooperação internacional não for capaz disso, que chance terá a meta do desenvolvimento sustentável na equação do clima no século XXI, como previsto no Acordo de Paris? Que espaço restará à meta daí inseparável de zerar a fome e a pobreza extrema nos próximos doze anos, com base em novos padrões produtivos previstos nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável? A agenda da FAO em 2018 está integralmente centrada na construção cooperativa das respostas a essas perguntas, que vão selar o destino do século XXI. Não se trata apenas de acudir a emergência. As causas da fome precisam ser compreendidas para que se possa agir com a rapidez necessária no presente e prevenir réplicas no futuro. A fome no século XXI deixou de ser um alvo estático. Há tempos não se traduz a fome por escassez de alimento, […]

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Cerca de 360 milhões de crianças vivem em zonas de conflito

Crianças em situações de crise enfrentam uma série de desafios – desde a separação familiar e o recrutamento forçado até a exploração sexual e a pobreza extrema –, alertou a vice-chefe de direitos humanos das Nações Unidas. Kate Gilmore pediu ações imediatas para proteger as crianças das consequências das “falhas demasiadamente adultas”. Lembrando que as crianças constituem a metade das pessoas deslocadas do mundo e mais da metade de seus refugiados, ela enfatizou: “Não importa onde elas estejam, nem o status de seus movimentos dentro ou fora das fronteiras – que seja o mais irregular possível –, os direitos de uma criança nunca a abandona”. “Somente em 2016, 43 milhões de crianças em 63 países necessitaram de ajuda humanitária”, disse Kate Gilmore, vice-alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, durante a reunião anual sobre os direitos da criança na última segunda-feira (5), em Genebra. “E, atualmente, 357 milhões de crianças vivem em zonas de conflito – um aumento de cerca de 75% desde a última década do século passado, ou uma em cada seis crianças em todo o mundo”, acrescentou. Das inundações, terremotos e furacões até a instabilidade política e econômica causada pelo homem e os conflitos armados entre e entre partes estatais e não estatais em nível mundial, os custos da “má conduta” adulta e suas consequências como guardiões políticos, sociais e econômicos têm prejudicado o futuro de crianças. Inúmeras crianças desconhecidas perderam a vida terrivelmente se deslocando no mar Mediterrâneo; milhares foram violadas no estado de Rakhine, em Mianmar; meninas foram submetidas a abuso e exploração sexuais pelos soldados das Nações Unidas, conhecidos como capacetes-azuis; e outras violadas por inúmeros trabalhadores religiosos e seculares. Fonte ONUBr (#Envolverde)

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Cerca de 59 milhões de jovens ficam analfabetos por conflitos e desastres naturais

Cerca de 59 milhões de jovens estão ficando analfabetos em países que enfrentam conflitos ou grandes impactos de desastres naturais ao redor do mundo. O levantamento foi feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e envolve jovens dos 15 aos 24 anos. Segundo a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, “os números são um lembrete do impacto trágico dessas crises na educação das crianças”. A informação é da ONU News. Segundo Henrietta, um jovem que não consegue sequer se alfabetizar em um país em conflito pode não ter muitas chances na vida. A situação é mais complicada para as meninas e mulheres jovens, já que 33% delas não conseguem ter acesso ao básico do ensino. A Unicef avaliou as condições em 27 países, incluindo Chade, Níger, República Centro-Africana e Sudão do Sul, onde existem uma longa história de instabilidade, conflitos e altos níveis de pobreza. No Níger, por exemplo, 76% dos jovens são analfabetos. O Unicef lembra que garantir verba para programas educacionais, especialmente durante crises humanitárias, é fudamental para melhorar essas estatísticas.(#Envolverde)

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Bilionários crescem, mas renda se concentra em apenas 1% da população

Metade mais pobre da população mundial não ficou com nada do que foi gerado no ano passado, diz pesquisa da Oxfam. Cerca de 7 milhões de pessoas que compõem o grupo dos 1% mais ricos do mundo ficaram com 82% de toda riqueza global gerada em 2017, aponta um estudo divulgado pela organização não-governamental britânica Oxfam antes do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça. A metade mais pobre da população mundial, por outro lado, não obteve nada do que foi gerado no ano passado. Esse grupo reúne 3,7 bilhões de pessoas, mostra o relatório “Recompensem o trabalho, não a riqueza”. Para fazer seus levantamentos, a ONG britânica de combate à pobreza usa dados sobre bilionários da revista “Forbes” e informações sobre a riqueza em escala global de relatórios do banco Credit Suisse. Entre os mais ricos do mundo, há um grupo formado apenas por bilionários. Segundo o estudo, o número de bilionários registrou o maior crescimento histórico. Entre março de 2016 e março de 2017, o mundo ganhou um novo bilionário a cada dois dias e o grupo somou 2.043 pessoas. A cada 10 deles, nove são homens, ao passo que, entre os mais pobres, a maioria é mulher. A variação positiva das principais bolsas de valores do mundo eleva o patrimônio dessas pessoas, que possuem muitos ativos financeiros. “Eles estão mais sujeitos ao sabor das variações na Bolsa”, explica Rafael Georges, coordenador de campanhas da Oxfam. A quantidade de distribuição de lucros e dividendos também cresceu e ajudou a levar o patrimônio de ricos ao patamar bilionário. Mas isso, diz Georges, foi feito às custas da precarização de relações trabalhistas. O movimento, conduzido entre 2008, início da crise global, e 2012, foi realizado por cerca de 100 países. Em 2017, chegou atrasado ao Brasil, que colocou sua reforma em prática somente em novembro. Renda No ano passado, a riqueza da elite global aumentou em US$ 762 bilhões, quantia suficiente, segundo a Oxfam, para acabar com a pobreza extrema mais de sete vezes. Enquanto isso, a metade mais pobre da população mundial vive com renda diária entre US$ 2 a US$ 10. De acordo com cálculos da entidade britânica, dois terços da riqueza dos bilionários é oriunda de heranças, rendimentos vindos da atuação empresarial em setores monopolizados e de vantagens adquiridas por meio de relações com os governos. Unisinos (#Envolverde)

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Supremacia branca é responsável por 70% dos assassinatos de extremistas

Os supremacistas brancos foram responsáveis por sete em cada dez assassinatos causados por grupos extremistas em 2017. O número de casos atribuídos aos supremacistas brancos dobrou no ano passado em relação a 2016. As informações foram divulgadas nessa quarta-feira (17) pela Liga Antidifamação (do inglês Anti-Defamation League-ADL), uma organização não governamental (ONG) internacional que combate o antissemitismo e o racismo. Segundo o relatório da ADL, o número de mortes provocadas pela supremacia branca supera os assassinatos cometidos por extremistas islâmicos, por exemplo. Os supremacistas brancos são diretamente responsáveis por 18 das 34 mortes relacionadas ao extremismo em 2017. Nove foram ligadas a grupos extremistas islâmicos. O ano de 2017 foi o quinto da história com maior quantidade de homicídios por grupos extremistas desde 1970. A ONG mostra que grupos extremistas de direita foram responsáveis por 59% das mortes ocorridas em episódios de crimes de ódio em 2017 nos Estados Unidos (EUA). No topo da lista aparecem os supremacistas brancos, com 71% dos casos. Há no país cerca de 917 grupos radicais em ação. O diretor da ONG Jonathan Greenblatt lembrou, em comunicado publicado na página da ADL que no ano passado três casos de extremismo tiveram destaque – dois ataques ligados a um terrorista islâmico e outro da supremacia branca em Charlosttesvile. “Isso é um lembrete austero de que o extremismo doméstico é uma séria ameaça à nossa segurança ”, disse. Ele lembrou também que não se pode ignorar uma forma de extremismo em detrimento de outro. “Quando supremacistas brancos e outros extremistas estão mais encorajados e encontrar novos públicos para os seus pontos de vista cheios de ódio, a violência ganha espaço”, afirmou. Outro ponto do relatório observou uma onda emergente de assassinatos por nacionalistas negros. Grupos com essa classificação foram responsáveis por cinco assassinatos. Como conclusão, o grupo recomenda maior comprometimento das autoridades em combater o racismo. Autoridades federais e estaduais devem apoiar adequadamente programas para combater todas as formas de extremismo violento, incluindo a decorrente de ambas as organizações terroristas internacionais e movimentos extremistas domésticos. O relatório foi feito com base em dados oficiais do FBI e da justiça norte-americana. O estudo é realizado anualmente pela ONG. Abr (#Envolverde)

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“A desigualdade se mundializou”, entrevista de Pierre Rosanvallon

De todas as reflexões e livros que apareceram nos últimos anos sobre a democracia e a crise, o ensaio do professor Pierre Rosanvallon é o mais vasto e profundo. No livro A sociedade dos iguais, Pierre Rosanvallon traça a fascinante história das políticas a favor da igualdade que marcaram os séculos XIX e XX ao mesmo tempo em que moderniza o termo com contribuições reflexivas substanciais. Pierre Rosanvallon ocupa desde 2001 a cátedra de História da Política Moderna e Contemporânea no Collège de France e é também diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais. Próximo do Partido Socialista francês, Rosanvallon tem como horizonte intelectual a reflexão sobre a democracia, sua história, o papel do Estado e a justiça social nas sociedades contemporâneas. Seus livros foram traçando um corpo de reflexões que vão muito além do já trilhado diagnóstico do mal. A contrademocracia, a política na era da desconfiança, Por uma história conceitual do político, A legitimidade democrática ou O capitalismo utópico, história da ideia de mercado aportam um caudal impressionante de reflexões sobre um sistema político do qual, apesar de tudo, desconhecemos seus impulsos. A sociedade dos iguais responde perfeitamente à crise contemporânea marcada por uma perigosa dualidade: o avanço da democracia política, dos direitos, e o paulatino desaparecimento do laço social que cria e alimenta as sociedades democráticas. Com grande rigor, Rosanvallon esmiúça as teorias da justiça promovidas por autores como John Rawls e seu conseguinte ideal: a igualdade de possibilidades e sua aliada principal, a meritocracia. Rosanvallon destaca como entre a revolução conservadora encarnada pela ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher e o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan e a posterior queda do comunismo surgiu um novo capitalismo que mudou a fase da história. Mas esse novo capitalismo destroçou a capacidade de os seres humanos viverem e construírem juntos como iguais e não apenas como consumidores ou como forças majoritárias. Rosanvallon moderniza então o termo igualdade, entendida não como uma questão de distribuição das riquezas, mas como uma filosofia da relação social. Nesta entrevista ao Página/12, realizada em Paris, Pierre Rosanvallon aborda aos conteúdos essenciais de seu livro. A entrevista é de Eduardo Febbro. Praticamente para onde quer que se olhe, a democracia vive um potente processo de degradação. No caso concreto do Ocidente, tem-se a impressão de que os valores democráticos mudaram de planeta. Isto se deve ao fato de que, nos últimos 30 anos, nos países da Europa, nos Estados Unidos e praticamente em todo o mundo, houve um crescimento extraordinário das desigualdades. Podemos inclusive falar de uma mundialização das desigualdades. Trata-se de um fenômeno espetacular. Nos últimos 20 anos, as diferenças entre os países se reduziram. Os lucros médios na China, Brasil ou Argentina foram se aproximando aos da Europa. Entretanto, em cada um destes países as desigualdades aumentaram. O exemplo mais espetacular é a China. Ao mesmo tempo em que a China se desenvolvia, as desigualdades se multiplicaram de forma vertiginosa. Este problema diz respeito ao conjunto dos países. A Europa é o caso […]

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Alemanha limitará a entrada de refugiados

O acordo entre conservadores e social-democratas alemães para a formação do novo governo prevê a limitação sobre a entrada de refugiados no país e o reforço da zona euro. Segundo a France Press, o acordo feito após mais de 24 horas de negociações, prevê limitar a entrada de refugiados na Alemanha em 200 mil pessoas por ano. Um outro ponto que consta do documento de 28 páginas propõe o reforço da zona euro em “aliança com a França”. Os conservadores alemães foram liderados por Angela Merkel e os social-democratas por Martin Schulz. (#Envolverde)

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