Aposta nas TIC para salvar a banana em Ruanda

Por Aimable Twahirwa –  KIGALI, Ruanda, 28 de setembro de 2018 (IPS) – Quando Telesphore Ruzigamanzi, um pequeno agricultor de bananas de uma remota vila no leste de Ruanda, descobriu um tom amarelado peculiar em sua plantação, ele não deu a importância que merecia. “Eu pensei que era o clima excepcionalmente seco que estava causando danos”, contou à IPS Ruzigamanzi, que mora em Rwimishinya, uma remota aldeia no distrito de Kayonza, no leste de Ruanda. Mas, na verdade, era uma doença bacteriana. O cultivo de Ruzigamanzi foi infectado pela Banana Xanthomonas Wilt (BXW), uma doença bacteriana que afeta todos os tipos de banana e é conhecida localmente como Kirabiranya. Aqui neste país da África Oriental, a BXW é muito prejudicial e tem consequências de longo alcance não só para os agricultores, mas também para a segurança alimentar e nutricional das suas famílias e daqueles que dependem dessa fruta como fonte de alimento. A banana é um cultivo importante na África Oriental e Central, com vários países da região entre os dez maiores produtores mundiais, de acordo com o Banco de Dados Estatísticos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura. A banana representa cerca de 50% da dieta de um terço dos lares em Ruanda, segundo um estudo realizado neste país, na Tanzânia e em Burundi. Mas o que mais prejudica a produção de banana nesses países, segundo a pesquisa, é a BXW. Os investigadores indicaram que a BXW pode causar a perda de 100% das bananeiras, se não for controlada adequadamente. Complacência e falta de informação contribuem para a disseminação da doença A doença BXW não é nova no país. Foi relatada pela primeira vez em 2002 e, desde então, as autoridades e organizações não governamentais realizam numerosas e rigorosas campanhas educativas para gerar consciência sobre suas nefastas consequências. Os agricultores da região de Ruzigamanzi foram capacitados por uma equipe de pesquisadores da Junta de Agricultura de Ruanda e por agrônomos locais. Mas ele, pai de seis filhos, foi um dos que perderam a campanha de conscientização e, portanto, a informação necessária para diagnosticar a enfermidade. Se soubesse qual era a doença, Ruzigamanzi teria cortado as plantas afetadas no nível do solo imediatamente após a primeira observação dos sintomas. Se o tempo passa e a infecção não é controlada, é preciso remover toda a planta com a raiz. E foi o que ele acabou fazendo duas semanas depois, quando um agrônomo local visitou-o e viu o estado de sua plantação. A essa altura já era tarde demais para salvar o cultivo e Ruzigamanzi teve que arrancar todas as plantas, incluindo o rizoma, as raízes, as plantas-mãe e suas filhas. A história de Ruzigamanzi não é única. De fato, um grande número de pequenos agricultores em regiões rurais remotas ignora ou desconhece os sintomas dessa infecção bacteriana da banana. Isso aumentou o risco de disseminação da doença para novas regiões e de ressurgimento em áreas onde antes estava sob controle. Nos últimos anos, vários distritos no leste de […]

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